Alfonso Cruz ou Pascual Mimbela são alguns dos nomes que conseguiram distinguir-se no mundo da arte por fazerem algo diferente e que é pintar debaixo de água!
Sim, tal como o estás a ler. Dedicam-se à pintura subaquática ou à pintura submarina. Neste tutorial queremos mostrar o que seria necessário para trabalhar neste tipo de pintura subaquática. Naturalmente, só trataremos da parte artística. A parte do mergulho a deixamos aos profissionais da área.
Materiais
- Caixa de pintura a óleo
- Tela com primário à prova de água
- Cavalete metálico com protecção anti-corrosão
- Espátula de aço inoxidável
- Pano de algodão
- Luvas de látex
Pintura subaquática: passo a passo
1. Imprimação da tela
Aprendemos este passo com o mais conhecido mestre da técnica em Espanha, Alfonso Cruz. Para tornar a tela impermeável, o artista utiliza o Chlorocaucho, que é um material utilizado em piscinas e sinalização rodoviária. Está disponível em vermelho, preto ou azul. A nossa recomendação é a de usar a cor preta, pois ajudará a discernir debaixo de água o que está pintado e não alterará as tonalidades.
As telas mais recomendadas para a preparação são de linho ou tecidos sintéticos porque suportam muito bem as mudanças de temperatura e humidade.
2. Fixar a tela ao cavalete
É importante fixar a tela ao cavalete ou caixa com um macaco para evitar que se mova ou flutue enquanto trabalhamos.
3. Óleo com espátula
Embora seja possível pintar com um pincel, os pintores subaquáticos preferem pintar com uma espátula ou com os seus dedos. Se optares pelo método digital, recomendamos que utilizes boas luvas de látex que se adaptem aos seus dedos para serem tão precisas quanto possível na “pincelada”.
O método de pintura com espátula é o mais recomendado porque o pincel esbate demasiado as cores e complicaria o facto de poder cobrir a tela com uma boa camada de cor. A textura oferecida pela pintura com espátula também favorece o desenho ao representar um fundo subaquático.
O facto de se utilizar pintura a óleo em vez de outros tipos de pintura é a base da sua composição. Como é à base de óleo, não se mistura com o ambiente (água) e, portanto, não dispersa nem contamina o ambiente escolhido para a pintura.
4. Ascensão, dessalinização e secagem
Uma vez terminado o trabalho, este é trazido à superfície com grande cuidado, uma vez que a pintura será completamente húmida e muito sensível a qualquer fricção ou toque.
A dessalinização do trabalho é um momento muito doce. Consiste em verter água fresca (água normal da torneira ou água engarrafada) sobre a tela para evitar que o sal que foi deixado na superfície cristalize e danifique a pintura. Este processo deve ser feito tanto na parte da frente como na parte de trás para remover qualquer sal restante.
Uma vez que o trabalho tenha sido des-salgado, o processo de secagem deve ser natural, isto é, sem acelerar o processo. Para uma pintura a óleo de tamanho médio demora cerca de dez dias a começar a secar. Para envernizamento ou acabamento final, como em qualquer pintura a óleo, deves esperar entre 6 e 12 meses.
Atenção!
Uma das coisas mais marcantes são as diferenças cromáticas que o olho humano pode ver na ascensão da obra. Os tons variam muito desde ser pintado debaixo de água (com as influências de luzes muito frias e azuis) até ao calor da luz do sol na superfície. Para evitar este problema podes usar uma luz laranja debaixo de água para te ajudar a ver as cores tal como estão na superfície.
Consegues imaginar ir mergulhar um dia e encontrar alguém a passear uma tela debaixo de água?
Se alguém conseguiu viver esta experiência maravilhosa, por favor partilhem a vossa opinião!
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